Na sociedade actual, o Racismo e a Xenofobia estão num crescendo o que provoca mais desigualdade sociais. Ao desenvolver este tema tenho como objectivo reunir informação com o fim de alertar consciências e fomentar o debate destes problemas e de como podemos combater individualmente e em conjunto o Racismo e a Xenofobia.

sábado, 26 de junho de 2010

Racismo em Portugal

Em Portugal tal como por todo o mundo assistimos a comportamentos e atitudes culturais de racismo e de discriminação social. Sendo o povo português colonizador, que contactou com diversas raças, culturas e etnias, é um povo que no panorama internacional é considerado como uma nação que sabe lidar com as diferenças. No entanto, tal não se verifica na prática. Existem de facto atitudes e comportamentos de exclusão e diferenciação social que se reflectem no quotidiano social. O racismo em Portugal remonta desde muito cedo, sendo mais visível aquando do Estado Novo, regime ditatorial liderado por António Oliveira Salazar no ano de 1932. Característica dos regimes fascistas e ditatoriais, estes defendem a existência de uma única raça superior, qualificando todas as outras como sendo inferiores. Este facto é claramente um modo de discriminação e racismo pois nesta época era considerada superior a raça branca e todas as outras eram postas de parte e tratadas de forma diferente. Como toda a gente sabe, Portugal é um país de emigrantes, que teve de recorrer a outros países do mundo para ganhar a vida e para sobreviver. Apesar disto, continua a ser um povo com atitudes racistas e de discriminação social. Um exemplo disto foi o facto de aquando da independência das colónias portuguesas os nacionais que até então fizeram nessas colónias foram apelidadas pelos portugueses em Portugal continental como os retornados. Este foi uma forma depreciativa e injusta de designar aqueles que outrora procuraram desenvolver e colonizar os territórios nacionais ultramarinos. Se tal aconteceu com os portugueses de raça branca, pior foi a forma do povo português encarar a vinda de povos das colónias de outras raças. Uma grande parte da população associa os povos de raça negra como sendo criminosos, sem vontade de trabalhar, ou seja, uma camada nefasta para a população portuguesa. Este modo de pensar verifica-se nos comportamentos e atitudes do quotidiano. Frequentemente assistimos a queixas por parte das populações de diferentes raças e etnias, alegando comportamentos de discriminação onde não têm tratamento igualitário a nível laboral, salarial e mesmo de acesso ao mundo do trabalho. Também são denunciados comportamentos de racismo onde são alvos de maus-tratos, de comentários desagradáveis, entre outros. Não sendo uma consequência directa, o facto de Portugal ser um país com uma população envelhecida, com dificuldade de aceitação de novas culturas, hábitos e raças, contribui para o nível de racismo e discriminação existente em Portugal.Felizmente, temos assistido por parte das camadas jovens a uma alteração de mentalidades que passa pela aceitação de diferentes raças, culturas, religiões e hábitos. Também o Estado português tem contribuído em muito para a atenuação dos conflitos sócio-culturais e atitudes de racismo. Este 2007, vai ser o ano de todos os testes à política de imigração aplicada pelo Estado. Uma política de integração e de acolhimento, como apregoa o Governo, ou uma política de contenção e pouco ambiciosa, como criticam as associações. Será também altura de se arrumar a casa para se saber quantos imigrantes legais existem em Portugal, até porque há processos de legalização a decorrer. Chegaram a ser quase 500 mil em 2004, mas os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística já indicam apenas 415 934 De facto Portugal tem sido palco de uma grande afluência de imigração de povos oriundos de todo o mundo. Actualmente encontramos em Portugal mais de 15000 chineses, 34 267 angolanos, 64 471 brasileiros, 62 766 cabo-verdianos, 65 199 ucranianos, mais de 7000 russos e mais de 13 600 romenos. Para atenuar as dificuldades dos imigrantes e contribuir para a sua melhor aceitação no país (culminando as atitudes de discriminação e racismo aquando da sua chegada ao país) o Parlamento tem em debate a proposta de criação de turmas bilingues a partir do ensino básico para proporcionar aos filhos de imigrantes a aprendizagem da língua materna. O projecto de lei propõe que as escolas com uma percentagem significativa de alunos imigrantes ou filhos de imigrantes possam criar turmas bilingues, em que as matérias sejam dadas em simultâneo em Português e na língua materna daqueles estudantes, através da presença de dois professores na sala de aula. Estas iniciativas promovidas pelo Estado aliadas aos esforços conduzidos por diversas instituições e fundações em Portugal têm vindo a contribuir para atenuar o racismo e discriminação em Portugal e assim, permitir uma melhor integração dos imigrantes. A Fundação Calouste Gulbenkian tem contribuído em muito para atenuar o racismo e permitir a integração pacífica dos imigrantes, criando para tal uma secção de apoio e protecção aos imigrantes. A mentalidade da população e a imagem que têm das diferentes etnias e raças é resultado também dos estereótipos existentes na nossa cultura. Os estereótipos, uma imagem preconcebida de um grupo, raça ou etnia que as pessoas adquirem aquando da sua aculturação e que são desassociáveis da cultura em si. Desta forma, quando um se encara alguém “diferente” a nossa cultura exerce uma força que nos leva a fazer um julgamento prévio e muitas vezes erróneo da pessoa. Esta força cultural age também quando estamos perante uma notícia que envolve diferentes etnias ou raças. Quando nos referimos ao racismo é necessário ter em conta que tal ocorre não só devido às imagens que a nossa cultura nos incute e que é hereditária, transmitindo-se de geração em geração, como também muitas vezes deve-se ao desconhecimento e desentendimento de diferentes culturas, religiões, etnias.






http://dial-b2-161-64.telepac.pt/trabalhos/2006-2007/racismo_e_xenofobia/racismo_em_portugal_e_discriminacao.htm

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